namastê https://namaste.blogfolha.uol.com.br Vida de ioga no tapetinho e fora dele Wed, 19 Jun 2019 10:00:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Ioga, por si só, não é remédio para nada https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/12/14/ioga-por-si-so-nao-e-remedio-para-nada/ https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/12/14/ioga-por-si-so-nao-e-remedio-para-nada/#respond Fri, 14 Dec 2018 18:02:30 +0000 https://namaste.blogfolha.uol.com.br/files/2018/12/tapete-de-ioga-2-150x150.jpg https://namaste.blogfolha.uol.com.br/?p=495 Não adianta praticar posturas de ioga todos os dias, exercícios de respiração, espalhar frases sobre viver em harmonia com o universo e pensar que isso, por si só, vai curar sua dor nas costas, lhe tornar uma pessoa menos ansiosa, resolver seus conflitos internos ou problemas de relacionamento e trazer a iluminação. Pelo que se sabe até hoje, não vai. Nem adianta apostar toda sua grana na nova aula de ioga se for esperar que tudo se resolva magicamente.

Pode até ser que as dores nas costas sumam por um tempo ou a meditação alivie alguma angústia, e não tem problema nenhum em se beneficiar disso. Só que, se não vamos a fundo na origem dos problemas, não identificamos nossos hábitos que geram consequências indesejadas e não traduzimos isso em mudanças concretas de padrões na vida fora do tapetinho, os incômodos tendem a voltar, porque as causas permanecem.

Os “asanas” (posturas de ioga), por exemplo, praticados de forma adequada a cada um, realmente podem ajudar a melhorar a circulação, aumentar a mobilidade, recuperar força e consequentemente trazem mais disposição e bom humor. Mas pouco adianta se o que você aprende em uma hora de prática você desfaz nas outras 23 horas do dia com posturas ou movimentos que prejudicam seu corpo: se trabalha oito horas sentado com as costas curvadas ou continua tensionando os ombros enquanto dirige, pode experimentar: quando você parar os exercícios, as dores voltarão.

Da mesma forma, para que serve meditar horas por dia e, quando abrir os olhos, ignorar como funcionam seus padrões mentais, manter os mesmos hábitos que geram ansiedade, repetir atitudes e formas de se relacionar que trazem raiva, tristeza, culpa ou arrependimento, se deixar levar exclusivamente por estímulos externos que oscilam da euforia à frustração em vez de fazer escolhas conscientes que permitam sentir no dia a dia aquela paz procurada na meditação?

Exemplos de hábitos que tiram nossa paz são incontáveis. Trabalhar tanto até prejudicar a saúde, necessária até mesmo para a qualidade do próprio trabalho. Insistir em relações destrutivas. Manter uma alimentação desequilibrada, que traz indisposição a curto e doenças a longo prazo. Habituar-se a mentir, alimentando uma tensão constante pela possibilidade de ser descoberto. Cada um tem liberdade para escolher suas próprias ações, e não existe verdade absoluta sobre certo ou errado. Mas quando as consequências dos nossos próprios atos nos incomodam, é aí que entram as escolhas conscientes de que ioga fala.

DE PACIENTE A AGENTE

Ioga não é um tratamento médico em que deixamos nossos problemas nas mãos de um especialista –que muitas vezes nos conhece superficialmente; ele traça uma linha de investigação baseada em protocolos gerais; os exames indicam o diagnóstico; e os remédios tratam os sintomas, independentemente do nosso grau de interesse e participação nos processo. Também não é um remédio, que acaba com os sintomas, algumas vezes até mascarando as causas.

Não que a medicina convencional não tenha seu papel crucial para nos proporcionar bem-estar. Tem, sim, e isso não deve ser desprezado. Só que ioga funciona de um jeito diferente e não adianta trazer os mesmos padrões que já não estavam nos servindo se esperamos por mudanças como as que mencionamos aqui. Provavelmente estaríamos criando mais uma linha de tratamento psicofísico segundo critérios gerais aplicados em modelos padronizados.

Em vez disso, ioga funciona como um caminho que, ao valorizar individualidades e estimular a auto-investigação, nos dá ferramentas para nós mesmos tirarmos os obstáculos que nos atrapalham quando queremos nos sentir plenamente bem, em qualquer aspecto: físico, mental ou emocional. Para funcionar, é preciso que tenhamos interesse pelo nosso próprio processo, que as ferramentas sejam usadas de forma integrada e, principalmente, que o paciente vire agente de sua própria transformação.

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Silenciar a mente é focar no pensador, diz professora de meditação https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/07/17/silenciar-a-mente-e-focar-no-pensador-diz-professora-de-meditacao/ https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/07/17/silenciar-a-mente-e-focar-no-pensador-diz-professora-de-meditacao/#respond Tue, 17 Jul 2018 17:31:29 +0000 https://namaste.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/Gloria-3-150x150.png http://namaste.blogfolha.uol.com.br/?p=155 Ter uma vida meditativa não é algo que acontece só quando você está sentado de pernas cruzadas e olhos fechados. Na verdade, um dos desafios da meditação é justamente trazer o aprendizado da prática para as situações corriqueiras do dia a dia que poderiam gerar ansiedade, estresse ou tensão. Esse é um dos ensinamentos da professora Gloria Arieira, 65, uma experiente pesquisadora das tradições espirituais indianas.

Discípula do Swami Dayananda Saraswati (1930-2015), com quem estudou na Índia, e mestre de alguns dos mais disputados professores de ioga do Rio de Janeiro, Gloria é fundadora de um centro de estudos onde ensina diferentes disciplinas, como meditação, sânscrito, ioga sutras (texto clássico da filosofia iogue) e vedanta (um dos sistemas filosóficos indianos). Também mantém um podcast sobre meditação, disponível em plataformas como iTunes e SoundCloud.

“O início da meditação é basicamente lidar com nossas emoções e aprender a gerenciá-las. Não existe emoção inadequada porque a gente não tem escolha das emoções. Elas ocorrem na nossa mente por uma ordem psicológica e cósmica, não pela nossa responsabilidade. Nossa responsabilidade é exclusivamente e totalmente na ação, que pode ser física, oral ou mental”, explica Gloria em um dos episódios do podcast.

“Por exemplo, temos escolha em, tendo ciúme, dar continuidade a ele. Posso fazer uma ação mental de alimentar minha raiva ou de quebrá-la e dizer: ‘não, talvez não seja assim tão sério, deve ter uma boa razão, vamos esperar pra ver’. Então temos como equilibrar na nossa mente a emoção que veio fazendo um esforço, que é a ação.”

Com olhar sereno e expressão inabalável, quase sempre acompanhados por uma longa trança grisalha e gestos precisos, a professora prende a atenção dos alunos trazendo os ensinamentos tradicionais indianos para o mundo ocidental contemporâneo, unindo ritualismo e descontração, invocando respeito e estimulando bom humor.

Foi a ela que recorri para dar continuidade ao tema do post anterior, onde falamos sobre como incluir a meditação em uma rotina diária. Quando começamos a meditar com regularidade, muitas dúvidas costumam surgir. Por isso, escolhi algumas das questões que ouço com mais frequência para que a professora Gloria nos ajude a entender melhor esse processo. Leia a seguir trechos da entrevista.

Gloria Arieira
Gloria Arieira é fundadora do centro de estudos Vidya Mandir, no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação/Vidya Mandir)

Blog Namastê: Várias técnicas diferentes podem ser usadas para a meditação: transcendental, vipassana, zazen, foco na respiração, repetição de um mantra… Todas levam ao mesmo destino?
Gloria Arieira: Existem dois tipos básicos de meditação dentro do estudo de vedanta, a parte final dos Vedas [escrituras indianas]. Um tipo tem como objetivo aquietar a mente e aprender a focar; outro é a contemplação sobre a natureza do “eu”, que acompanha o estudo dos textos de vedanta.

Todas as meditações mencionadas acima têm como objetivo lidar com a mente e gerenciá-la melhor. E todas elas conseguem de alguma forma alcançar este objetivo duplo, de acalmar e focar. Aqui estamos lidando com a mente.

O outro tipo de meditação não lida com a mente, mas com um entendimento mais profundo sobre o “eu” e necessariamente acompanha um estudo com um professor ou professora.

Quais são os principais benefícios da prática regular de meditação?
O principal objetivo é poder estar consigo mesmo, só, e estar bem. Descobrir a paz que pertence à pessoa, que não é produzida por nada. É entender sua mente e aprender a lidar com ela. É ter uma mente meditativa, que tem a capacidade de autorreflexão. Afinal, a mente é um instrumento de percepção, de conhecimento, para viver plenamente e feliz.

Gloria Arieira e Swami Dayananda
Gloria Arieira e seu mestre, Swami Dayananda (Foto: Divulgação/Vidya Mandir)

Meditar não é simplesmente fechar os olhos e interromper os pensamentos. O que é preciso para que a meditação aconteça?
A meditação sempre inclui um meditador, um objeto meditado e o ato de meditar. Para conseguir meditar, a pessoa deve ter claro o que quer alcançar com a meditação, qual seu objetivo. Pode ser entender sua mente, aquietá-la momentaneamente, esquecer os problemas, conectar-se com algo maior ou descobrir a verdade de quem você é.

E como é possível começar a meditar, na prática?
Depois de estabelecer seu objetivo, ver qual o tipo de meditação que você pretende usar e conduzir a sua mente à meditação, a estar confortável com a pessoa que você é e capaz que estar objetivamente no momento presente.

Começar com uma forma de meditação que aquiete a mente e que, a seguir, possa levar a descobrir a paz que é a sua natureza. Esse é o mais simples método. Mas se faz necessário poder contar com uma pessoa que nos possa orientar. A mente é o que temos de mais precioso. Ela pode nos levar ao desespero ou à maior felicidade. Uma boa, sólida e confiável orientação fará toda a diferença.

Muitas pessoas sentem dificuldade porque não conseguem “silenciar” a mente. Que recomendação a senhora daria?
A mente é o assento de nossas percepções, nossas emoções, nossos entendimentos. Percepções, emoções, entendimentos estão sempre presentes e podem agitar a mente. Silenciar é não focar no objeto do pensamento, mas no pensador; olhar para o pensamento como um objeto. Por exemplo, não somente ter raiva e expressá-la, mas olhar para ela vendo sua natureza e força, acolhê-la e dar a melhor forma possível a ela.

Meditar é bom que seja feito com a orientação de alguém que já medita. A mente deve descobrir o prazer que é meditar, e não ser forçada a fazer algo que ela não tem verdadeiro interesse.

Eu diria que, para começar, a pessoa pode se sentar todos os dias, por dez minutos. Observar seu corpo sentado, observar sua respiração e cantar um mantra, ou uma frase significativa, como “eu sou a paz”, 11 vezes. Antes de fechar os olhos, tentar perceber como se sente e somente registrar o que sente; se quiser, depois pode pensar mais sobre o que o preocupa, de olhos abertos [não durante a meditação].

 

Gloria Arieira
Gloria Arieira em aula sobre ioga sutras no Vidya Mandir, no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação/Vidya Mandir)

No seu podcast, a senhora destaca a importância da meditação como ferramenta para gerenciar as emoções. Como silenciar a mente pode ajudar nisso?
Temos que entender que temos uma única mente. A mente que vive o dia a dia é a mesma que tenta meditar. Se a mente é sempre agitada, dispersa e desconhecida da própria pessoa, como ela poderá se aquietar num momento restrito do dia designado à meditação?!

As emoções são naturais e inevitáveis, são o que nos faz humanos. Mas temos que reconhecer as nossas emoções e acolhê-las com objetividade pelo que são, sem tentar mudá-las. Qualquer verdadeira mudança nasce de entendimento.

Silenciar a mente é consequência da vida meditativa. A mente se faz meditativa, e naturalmente medita, se a pessoa é atenta à sua mente. Meditar requer mais do que um momento do dia, requer que a vida da pessoa seja meditativa, consciente, o que não quer dizer nem controle, nem rigor.

Na semana passada, vimos que a meditação ajudou as crianças presas em uma caverna na Tailândia a enfrentarem aquela situação. Como a meditação também pode nos ajudar a sair das “cavernas” da nossa mente?
A caverna é um lugar escuro. A escuridão é o grande problema do ser humano: a ignorância sobre si mesmo e a consequente confusão e ilusão. Ao jogar luz em nossa mente, entendendo e acolhendo como ela é, conseguimos aprender a lidar com ela de forma clara e efetiva.

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Saia de suas cavernas mentais: como incluir a meditação na rotina https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/07/14/saia-de-suas-cavernas-mentais-como-incluir-a-meditacao-na-rotina/ https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/07/14/saia-de-suas-cavernas-mentais-como-incluir-a-meditacao-na-rotina/#respond Sat, 14 Jul 2018 13:36:51 +0000 https://namaste.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/caverna-tailândia-150x150.jpg http://namaste.blogfolha.uol.com.br/?p=136 Muita gente ficou sem fôlego nesta semana ao acompanhar o resgate dos 12 meninos e do técnico de futebol que passaram duas semanas presos em uma caverna na Tailândia. Um dos fatos que despertou curiosidade foi como as técnicas de meditação ensinadas às crianças pelo treinador, um ex-monge budista, ajudaram a controlar a ansiedade delas em uma situação extrema como aquela.

Em algumas correntes filosóficas ou espirituais, como na ioga, a meditação é um caminho para se atingir um estado mais elevado de consciência sobre o ser e sobre o universo. Neste caso, o estudo e a orientação de alguém mais experiente são fundamentais.

Mas também é possível usar técnicas meditativas para trazer mais clareza mental para o seu dia a dia. Isso ajuda a conhecer melhor como funciona sua mente, o que traz uma série de benefícios: redução da ansiedade, melhor gerenciamento das emoções, capacidade de sentir-se em paz independentemente das circunstâncias externas, mais habilidade de concentração, melhora do humor, entre outros.

Se você tem vontade de meditar, mas ainda não sabe como incluir essa prática na sua rotina, veja algumas dicas que têm funcionado comigo e experimente você mesmo. Que tal fazer um teste na próxima semana? Depois volte aqui e conte nos comentários como foi a experiência.

FORÇA DO HÁBITO

Antes de tudo, pense em criar o hábito: escolha um lugar e horário para meditar todos os dias. Manter uma rotina ajuda a mente a entrar no estado meditativo quando a hora se aproximar. Procure um local silencioso para evitar distrações.

Você pode incluir no ambiente objetos que lhe inspirem: um incenso, uma vela, elementos da natureza, uma imagem que tenha significado para você. É importante que este seja um momento prazeroso para que sua mente queira voltar a meditar.

Regularidade é mais importante do que quantidade. Não adianta meditar meia hora em um dia, e no outro não praticar. Começar com 10 minutos por dia é suficiente. Depois de um mês, você já deve começar a sentir os efeitos.

Os textos tradicionais dizem que o melhor momento para meditar é antes do nascer do sol, quando o fluxo de atividades mentais ainda está baixo. Se não for possível acordar tão cedo, escolha um horário em que consiga manter a regularidade. De preferência, pela manhã. Outros horários recomendados são ao pôr-do-sol e ao meio-dia.

Sente-se em uma postura confortável, com a coluna ereta. Não precisa necessariamente cruzar as pernas em lótus e pode inclusive usar uma almofada, apoiar as costas ou se sentar em uma cadeira. Se a postura for desconfortável, sua atenção vai ser desviada para a dor e dificilmente você vai conseguir se concentrar por muito tempo.

Evite meditar deitado ou no ambiente onde você dorme. Se a mente ainda não está acostumada, quando você reduzir a intensidade dos pensamentos terá mais chance de pegar no sono.

Ao fechar os olhos, observe seu corpo e tente eliminar qualquer tensão física. Quando se sentir pronto, escolha o objeto da sua meditação: pode ser a respiração, um mantra, uma parte do corpo, um elemento da natureza, a própria mente… O ideal é escolher uma técnica e usá-la todos os dias, por algum período, para poder sentir os efeitos.

Procure manter toda sua atenção concentrada neste objeto. Por exemplo, observe como o ar que entra pelas narinas é levemente mais frio do que o ar que sai. Se vierem ideias, memórias ou sentimentos, simplesmente observe-os sem interferir, espere eles passarem e volte a se concentrar. É muito comum que os pensamentos voltem. Não lute contra eles, não se julgue nem desanime.

Se sentir vontade de se mexer ou se coçar, primeiro tente ignorar. Talvez seja apenas porque você não está acostumado a ficar parado. Se a vontade persistir, mexa, coce e volte a se aquietar quantas vezes for necessário. Não adianta brigar contra sua vontade, isso vai desviar o foco da sua atenção.

No início, é normal sentir desconforto. Manter uma atividade física regular ajuda a conseguir ficar parado por mais tempo sem sentir dores. Praticar posturas de ioga também é uma forma de preparar o corpo e a mente para a meditação e, se puder fazer antes da sua prática meditativa, melhor ainda.

Com o tempo, fica cada vez mais fácil, mas o desenvolvimento não é sempre em uma linha ascendente. Nenhuma experiência é igual a outra. Aproveite o momento para conhecer melhor sua mente e aplique essa clareza mental também no seu dia, mesmo de olhos abertos. Aos poucos, você começará a identificar mais facilmente as saídas das suas cavernas mentais.

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Dia da Ioga tem aulões gratuitos e pedido pela paz mundial https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/06/21/dia-da-ioga-tem-auloes-gratuitos-e-pedido-pela-paz-mundial/ https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/06/21/dia-da-ioga-tem-auloes-gratuitos-e-pedido-pela-paz-mundial/#respond Thu, 21 Jun 2018 05:00:49 +0000 https://namaste.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/05-150x150.jpg http://namaste.blogfolha.uol.com.br/?p=23 Namastê!

No momento em que o Sol atinge o hemisfério norte com a incidência máxima de luz e calor (hoje, solstício de verão por lá), o mundo comemora o Dia Internacional da Ioga e a Folha estreia o blog Namastê!

Do lado de cá: eu sou Patrícia Britto, jornalista e instrutora de ioga no Rio de Janeiro. Trabalhava com cobertura política, mas um dia pedi as contas e fui pra Índia estudar ioga aos pés dos Himalaias.

A partir de hoje, conduzo este espaço para compartilhar com vocês –sejam praticantes ou curiosos– informações e reflexões sobre os vários aspectos que essa filosofia indiana envolve: tanto no tapetinho como fora dele.

Então chegue mais, desenrole seu tapete, encontre uma postura confortável e respire profundamente… Vamos começar nossa jornada!

HARMONIA ENTRE OS POVOS

Quando ouve falar em ioga, é possível que você imagine um bicho-grilo coberto com estampas indianas, pernas cruzadas, unindo a ponta do polegar com a ponta do indicador. Ou uma beldade com corpo de modelo fazendo piruetas e levando o pé atrás da cabeça sem tirar o sorriso do rosto. Ou ainda um monge de cabelo raspado, manto vermelho sobre os ombros e olhar inabalável, meditando no silêncio de uma caverna distante.

Mas esse estilo de vida originado na Índia há mais de 5.000 anos tem sido adotado por pessoas com as mais diversas personalidades, todos os formatos de corpos, variados níveis de flexibilidade e diferentes crenças, seja na praia, na tranquilidade do interior ou na bagunça dos grandes centros urbanos.

Para desmistificar o que se entende como ioga e conscientizar a população mundial sobre os benefícios desse estilo de vida, a Assembleia Geral da ONU aprovou em 2014, por unanimidade, uma resolução proposta pela Índia que define 21 de junho como Dia Internacional da Ioga.

A data cai justamente no solstício de verão no hemisfério norte, que tem forte simbolismo para muitas culturas. Por ser o dia mais longo do ano e com maior incidência solar, é quando algumas tradições comemoram a renovação dos ciclos da natureza e a importância do Sol para a existência de vida na Terra.

Dia Internacional da Ioga
Praticante de ioga faz postura do guerreiro pacífico em Nova York (Foto: Pauline Busson/Divulgação/ONU)

Em 2018, o Dia Internacional da Ioga tem como tema “Ioga Pela Paz”. A ideia é difundir os valores dessa filosofia, como a não violência e o respeito às diferenças, para incentivar o convívio harmonioso entre os povos. Afinal, a tradição da ioga diz que todos os seres estão conectados e que não é possível alcançar paz interior sem agir em harmonia com os outros e com o meio ambiente.

“Com ioga, nós começamos a nos entender melhor, o que também nos faz entender melhor os outros. Ficamos prontos para criar um vínculo construtivo com a sociedade em geral”, disse o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, em mensagem divulgada sobre a comemoração deste ano. “Ioga é uma jornada do ‘eu’ para ‘nós'”, completou.

Aproveitando a data, estúdios de várias partes do mundo abrem as portas hoje para oferecer aulas gratuitas para iogues veteranos e novatos. Abaixo, você encontra uma seleção de eventos que acontecem em algumas cidades do país até o fim de semana (clique no título para mais informações). Mas tem programação por todos os lados e provavelmente uma perto de você.

SÃO PAULO

Yoga Week 2018
Aulões de ioga, palestras e seminário sobre corpo, mente e espírito, com Lia Diskin (Palas Athena), Marcos Rojo (IEPY) e Swami Nirmalatmananda (Ramakrishna Vedanta Ashrama).
De 18 a 22 de junho
Horários variados
Local: Centro Cultural Swami Vivekananda. Alameda Sarutaiá, 380, Jardim Paulista, São Paulo (SP).

Dia Internacional da Ioga 2018
Aulão de ioga com o professor Sanjay Kumar, enviado pelo governo da Índia; palestra com o instrutor Akash Barwal; apresentação de dança.
Domingo (24)
Das 10h30 às 13h
Local: Memorial da América Latina (entrada pelos portões 2 e 5). Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, São Paulo (SP).

RIO DE JANEIRO

Semana Zen
Aulas de ioga, meditação, workshops, palestras e terapias zen, em troca de 1 kg de alimento não perecível para doação.
De 18 a 24 de junho
Das 8h às 22h
Local: Hotel Transamérica Prime. Av. Gastão Sengés, 395, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro (RJ).

Dia Internacional da Ioga
Aulões de ioga e meditação com Akash Barwal, Mahavir Thury, Yin Yang Vinyasa, Yoga na Maré, entre outros. Apresentações musicais e palestras.
Sábado (23)
Das 8h às 14h
Local: Praia de Copacabana, s/n, em frente ao hotel Copacabana Palace, Rio de Janeiro (RJ).

BRASÍLIA

Dia Internacional da Ioga
Aulão de ioga na área externa do Museu Nacional, seguido de café da manhã para os participantes. Não precisa fazer inscrição, mas levar tapete de ioga.
Quinta (21)
Às 8h
Local: Museu Nacional Honestino Guimarães. Setor Cultural Sul, lote 02, Esplanada dos Ministérios, Brasília (DF).
Informações: (61) 3364-4186.

FORTALEZA

Dia Internacional da Ioga no Clara Luz
Aulas de ioga, meditação, palestras, roda de mantras e degustação de gastronomia indiana
Quinta (21)
Das 6h às 20h
Local: Espaço Clara Luz Yoga. Rua Coronel Linhares, 452, Meireles, Fortaleza (CE).

PORTO ALEGRE

Yoga no Parcão
Aulão de ioga com a instrutora Cacy Guardiola, em troca de contribuição espontânea. O evento terá data transferida em caso de chuva.
Quinta (21)
Das 10h às 11h30
Local: Parque Moinhos de Vento. Rua Comendador Caminha, s/n, Moinhos de Vento, Porto Alegre (RS).

FLORIANÓPOLIS

Yoga Day Floripa
Aulões de ioga, meditação, palestras e apresentações musicais.
Sábado (23)
Das 8h às 18h
Local: Jardim Botânico de Florianópolis. Rod. Admar Gonzaga, 742-782, Itacorubi, Florianópolis (SC).

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