namastê https://namaste.blogfolha.uol.com.br Vida de ioga no tapetinho e fora dele Wed, 19 Jun 2019 10:00:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Yoga na Maré arrecada doações para abrir sua primeira sede https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2019/06/02/yoga-na-mare-arrecada-doacoes-para-abrir-sua-primeira-sede/ https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2019/06/02/yoga-na-mare-arrecada-doacoes-para-abrir-sua-primeira-sede/#respond Sun, 02 Jun 2019 16:04:09 +0000 https://namaste.blogfolha.uol.com.br/files/2019/06/Yoga-na-Maré-4-320x213.jpg https://namaste.blogfolha.uol.com.br/?p=668 Maior conjunto de favelas do Rio de Janeiro, o Complexo da Maré vai ganhar, no dia 15 de junho, um espaço voltado para aulas de ioga e terapias integrativas a preços populares. O Nubes (Núcleo de Bem-Estar e Saúde) será a primeira sede do Yoga na Maré, ONG criada pela portuguesa Ana Olívia Cardoso e que, há quase quatro anos, oferece aulas de ioga gratuitas para moradores do complexo, onde vivem cerca de 140 mil pessoas.

A inauguração será no sábado, dia 15 de junho, com aulão de ioga, confraternização e visita das instalações do Nubes, localizado na rua Santa Rita, 52, Nova Holanda –entre as passarelas 9 e 10 da avenida Brasil. O evento será aberto ao público de todas as regiões da cidade e uma van está sendo organizada para levar moradores da zona sul do Rio para conhecer o projeto. Os interessados em reservar uma vaga para o transporte podem entrar em contato pelo e-mail yoganamare@gmail.com ou pelo WhatsApp (21) 97987-4206.

Além de um espaço de convivência para realização de eventos como palestras e oficinas, o Nubes terá duas salas para atendimentos terapêuticos como massagem ayurvédica e acupuntura, uma cozinha onde acontecerão encontros sobre alimentação saudável, biblioteca com mais de cem livros doados ao Yoga na Maré sobre ioga, meditação e terapias integrativas e uma laje comunitária para aulas de ioga e outros eventos.

Para cobrir os custos da abertura da sede, como reforma, pintura, mobília e compra de materiais, a ONG criou uma campanha de crowdfunding (vaquinha online) com a meta de arrecadar R$ 15 mil. Até este domingo (2), 67% da meta havia sido alcançada. As contribuições para a campanha podem ser feitas até 15 de junho.

Atualmente o Yoga na Maré não conta com patrocínio nem financiamento e se sustenta com as contribuições de doadores regulares e da venda de uma linha de produtos próprios, como cintos de ioga, camisetas e copos de silicone.

Yoga na Maré
Fundadora da ONG Yoga na Maré, a professora Ana Olívia (esq.) conduz aula em favela na zona norte do Rio (Foto: Diogo Felix)

Apesar disso, Ana Olívia decidiu abrir a sede mesmo que a meta da campanha não seja alcançada, com a esperança de que doações futuras ajudem a cobrir os custos da obra e a sustentar o projeto. “Eu entendi que era importante dar este passo à frente e assumir o risco de um aluguel e da manutenção, e com isso incentivar as pessoas que sempre admiraram o projeto a ajudar”, disse.

Além da campanha de crowdfunding, também é possível se tornar um colaborador do Yoga na Maré por meio do site: yoganamare.com.br.

PROPÓSITO

Formada em Direito, professora de ioga, terapeuta de ioga massagem ayurvédica e prestes a se formar como terapeuta de Ayurveda, Ana Olívia, 38, sempre trabalhou em projetos sociais e sonhou criar uma ONG. Quando descobriu o potencial transformador da ioga, decidiu mergulhar a fundo nos estudos para poder levar aos moradores da Maré a oportunidade de conhecer essa prática.

Criou então o Yoga na Maré em agosto de 2015 e começou a dar aulas gratuitas para cerca de 20 alunos. Hoje são mais de 100 inscritos e 80 alunos regulares, que participam de quatro turmas em diferentes favelas do complexo.

E os planos ainda são de expansão. Uma das metas é levar para a Maré um curso de formação em ioga para que alunos interessados possam virar professores do projeto, ampliando seu alcance.

Como o trabalho com a ONG é realizado de forma voluntária, Ana Olívia precisa dobrar a carga horária com aulas e atendimentos na zona do sul do Rio para poder se sustentar, mas espera tornar o projeto autossustentável para que possa se dedicar integralmente a ele.

“Quando comecei a praticar ioga, em 2012, me deu um clique de levar isso para um público em situação de vulnerabilidade social. Encontrei na ioga essa ferramenta que eu estava buscando para fazer o que visualizei lá atrás. Por isso criei o Yoga na Maré. É o meu propósito de vida, eu sinto que é por isso que eu estou aqui.”

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Aulas de ioga na UFRJ podem parar por causa dos cortes na educação https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2019/05/20/aulas-de-ioga-na-ufrj-podem-parar-por-causa-dos-cortes-na-educacao/ https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2019/05/20/aulas-de-ioga-na-ufrj-podem-parar-por-causa-dos-cortes-na-educacao/#respond Mon, 20 May 2019 10:00:31 +0000 https://namaste.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/aula-pel-2-320x213.png https://namaste.blogfolha.uol.com.br/?p=660 Aliadas de estudantes que buscam conciliar as demandas da vida pessoal e acadêmica com corpo e mente em harmonia, as aulas de ioga oferecidas pela UFRJ correm o risco de serem suspensas por causa do bloqueio de recursos para as universidades anunciado pelo governo federal.

As práticas de ioga fazem parte do PEL (Programa Esporte e Lazer), que oferece atualmente 1.010 vagas em modalidades como ioga, dança, pilates, natação, futsal, corrida e ginástica artística, de forma gratuita, para estudantes de graduação e pós-graduação da universidade.

Segundo o Pró-Reitor de Políticas Estudantis da UFRJ, Luiz Felipe Cavalcanti, as aulas do programa estão garantidas até junho, mas a universidade terá que fazer uma “ginástica” para conseguir manter as atividades no segundo semestre. “Nosso compromisso é com a manutenção do máximo possível das atividades”, disse.

Para Cavalcanti, se os pilares da universidade pública são o ensino, a pesquisa e a extensão, é preciso lembrar que esses trabalhos são desenvolvidos por indivíduos que devem receber o suporte necessário para realizarem suas atividades com qualidade e para que a universidade possa, dessa forma, retribuir o investimento social.

“O Programa Esporte e Lazer foca nas pessoas. Trabalhamos para que os estudantes tenham uma melhor condição de permanecerem na universidade e entendemos que não é só recurso financeiro que permite isso. Possibilitar uma melhor condição de saúde aos nossos estudantes é uma questão central”, afirmou.

FORMAÇÃO INTEGRAL

A professora de ioga Vitória Bemvenuto, uma das responsáveis pela inclusão da prática de origem indiana entre as atividades do PEL em 2018, acompanhou de perto mudanças que as aulas trouxeram para a vida dos estudantes e relatou a experiência em seu trabalho de conclusão de curso da graduação em Educação Física.

Em conversa com o blog, Vitória diz ter percebido que o início da vida acadêmica representa uma mudança brusca na vida dos estudantes, com aumento de responsabilidades e de carga de trabalho, o que, para muitos deles, gera transtornos emocionais como ansiedade e depressão, podendo levar ao baixo rendimento e à evasão acadêmica.

Segundo a professora, a prática de ioga ajuda os estudantes que se veem sob constante pressão e falta de tempo a se sentirem mais presentes e conscientes de cada ação, reduzindo o risco de erros, poupando energia e melhorando a qualidade dos seus estudos e de sua produção.

“É importante que colaboremos para o bem-estar e o bem-viver desses estudantes, que são responsáveis por grandes mudanças no mundo. A universidade é berço de grandes potências”, disse.

Em sua pesquisa, Vitória observou que, por fazer parte de um sistema que trabalha o indivíduo de forma integral, as aulas de ioga colaboraram para o bem estar físico e emocional dos estudantes, deixando-os mais aptos a lidar com os desafios dessa etapa da vida.

“Algo de pessoal e essencial aconteceu, motivando mudanças de atitudes e pensamentos; adicionando novas ideias e olhares perante a vida e subtraindo ansiedades, pressões e desistências diante de novas possibilidades de se descobrir no mundo: partindo de suas experiências pessoais para transformação de seus entornos”, afirma na monografia.

Diante do risco de que as aulas sejam afetadas pelo bloqueio de recursos orçamentários, ela contabiliza prejuízos que vão além da saúde dos estudantes e seu rendimento acadêmico: “Todos são prejuízos imensos, mas acho que o que mais feriria a sociedade brasileira seria a diminuição de profissionais mais sensíveis, atentos, preocupados com a educação e que entendam que o ser humano é muito mais que resultados ou prazos: é potência divina”.

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Para que servem as posturas de ioga? https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2019/01/25/para-que-servem-as-posturas-de-ioga/ https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2019/01/25/para-que-servem-as-posturas-de-ioga/#respond Fri, 25 Jan 2019 10:00:25 +0000 https://namaste.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/asanas-150x150.jpeg https://namaste.blogfolha.uol.com.br/?p=543 A prática de posturas físicas, chamadas em sânscrito de “asanas”, é uma das oito etapas propostas pela ioga para ajudar as pessoas a ampliarem a consciência sobre si mesmas.

Para a ioga, o corpo é um instrumento de autoconhecimento porque, ao darmos atenção aos nossos movimentos e observarmos nossos padrões, físicos e comportamentais, conseguimos entender mais sobre nós mesmos.

Podemos descobrir, por exemplo, que contraímos mais músculos do que precisamos para nos mover e por isso acumulamos tensão em algumas partes do corpo.

Ou podemos perceber uma tendência a sermos excessivamente controladores, algo que dificulta o relaxamento tanto no tapete de ioga como fora dele. A partir daí, determinadas posturas podem ser usadas para criar novos padrões.

A prática regular de “asanas” também ajuda a manter o corpo saudável e a mente equilibrada, o que melhora a disposição física e a capacidade de concentração, funcionando como uma forma de nos prepararmos para a meditação.

No corpo, as posturas nos permitem explorar movimentos que não fazemos no dia a dia e sem os quais os músculos se tornariam rígidos ou frágeis, com maiores chances de dores e cansaço.

Já na mente, a prática física nos dá oportunidade de tirarmos o foco de preocupações cotidianas enquanto nos concentramos em cada movimento, com atenção ao momento presente, o que deixa a mente mais tranquila e estável.

Para funcionar, as posturas devem ser praticadas com consciência na respiração, buscando o equilíbrio entre firmeza e conforto e respeitando as necessidades individuais. Iniciantes devem praticar com o acompanhamento de um professor.

Conheça a seguir algumas posturas de ioga:

1. Sukhasana – “postura fácil”
É uma das posturas recomendadas para a meditação. Apesar do nome, muitas pessoas têm dificuldade de se sentar no chão com as pernas cruzadas. Sentar sobre uma almofada ajuda nesses casos.

2. Uttanasana – “postura do alongamento intenso”
Postura de flexão do tronco para frente. Ajuda a alongar os músculos das costas e da parte posterior das pernas, acalmar a mente e aliviar dores de cabeça. Quem sente dores na região lombar deve dobrar os joelhos para não trazer tensão para as costas.

3. Trikonasana – “postura do triângulo”
Uma das clássicas posturas de alongamento lateral do tronco, que também fortalece e alonga os músculos das costas, das pernas e do quadril, ajudando a corrigir desequilíbrios no alinhamento da coluna.

4. Dhanurasana – “postura do arco”
Postura de extensão da coluna, que ajuda a fortalecer os músculos das costas e das pernas e a aumentar a flexibilidade da região frontal do tronco, promovendo a abertura do peito e ajudando a corrigir problemas posturais, como a corcunda.

5. Vrksasana – “postura da árvore”
Postura de equilíbrio, ajuda a desenvolver foco e concentração, além de alongar a coluna. É feita com um pé apoiado na parte interna da outra perna. A altura do apoio pode variar, mas não se recomenda apoiar o pé no joelho.

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A prática pessoal de ioga na tradição de Krishnamacharya https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/11/27/a-pratica-pessoal-de-ioga-na-tradicao-de-krishnamacharya/ https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/11/27/a-pratica-pessoal-de-ioga-na-tradicao-de-krishnamacharya/#respond Tue, 27 Nov 2018 16:05:21 +0000 https://namaste.blogfolha.uol.com.br/files/2018/11/prática-pessoal-150x150.jpg https://namaste.blogfolha.uol.com.br/?p=466 Quem decidir investigar as origens da ioga chegará à tradição indiana que conta que esse conjunto de práticas foi criado por Shiva, uma das mais populares deidades hindus –mas, em algum momento da pesquisa, passará pelo nome de Tirumalai Krishnamacharya (1888-1989), mestre indiano considerado principal influenciador da hatha ioga como é conhecida hoje em dia mundo afora e que, neste mês, recebe homenagens pelos 130 anos de seu nascimento.

A influência de Krishnamacharya é percebida em seus discípulos que ficaram conhecidos fora da Índia, como Pattabhi Jois, pai do Ashtanga Yoga; B.K.S. Iyengar, que estimulou o uso de acessórios como bloquinhos, faixas e cadeiras; Indra Devi, professora de estrelas de Hollywood como Greta Garbo; e Desikachar, filho do próprio mestre e que propagou os ensinamentos dele no Ocidente.

Apesar de alguns de seus alunos terem desenvolvido novos estilos de hatha ioga, um dos ensinamentos de Krishnamacharya foi o de que não são os praticantes quem precisam se adequar a determinado modelo de prática de ioga, e sim que a ioga deve servir a cada indivíduo de acordo com seus objetivos e necessidades, respeitando suas limitações e valorizando seus potenciais.

Isso faz muito sentido quando percebemos que as necessidades pessoais variam de acordo com personalidade, tipo físico, idade, rotina e até problemas pessoais, entre tantos fatores. Se essas variáveis mudam até mesmo em uma única pessoa, imagine em uma sala cheia de alunos com corpos, mentes e histórias tão diferentes –ainda que sejam todos classificados como “iniciantes” ou “avançados”.

Por exemplo, posso ser nova na turma e precisar de uma prática que me ajude a controlar a ansiedade reforçada pelo excesso de demandas profissionais, que me deixam hiperativa e me impedem de tomar consciência sobre mim mesma, enquanto um colega que começou no mesmo dia passa por um momento de desânimo e busca mais disposição para o seu dia. Ou posso ser praticante há muitos anos e estar tratando uma artrite nos joelhos, enquanto o resto da turma avançada quer explorar uma prática física vigorosa. Como então atender a todos, aproveitando o potencial que a ioga tem a oferecer para cada um?

INDIVIDUALIDADES

Tive contato com a tradição de Krishnamacharya quando conheci a minha professora Ana Poubel, no Rio de Janeiro. Ela já conduzia aulas voltadas para o desenvolvimento de prática pessoal e, na época, me explicou que essa era uma forma de nos aproximarmos do modo como a ioga era ensinada tradicionalmente: em uma relação direta e individual entre professor e aluno.

O objetivo é oferecer a cada praticante ferramentas que o ajudem a reduzir ou remover os obstáculos que o impedem de se conectar consigo mesmo. Mas como funciona? Cada aluno é considerado em sua individualidade e recebe uma prática própria, que pode incluir diferentes aspectos de ioga, como “asanas” (posturas), “pranayamas” (exercícios respiratórios para expansão da energia vital), mantras, técnicas de concentração e preparo para meditação.

As sequências pessoais são desenvolvidas com base em princípios fundamentais da ioga, como reconhecimento do ponto de partida de cada indivíduo, respiração consciente e de qualidade, regulação dos fluxos de “prana” e “apana” (energias correspondentes à nutrição e à purificação) e equilíbrio entre as qualidades de “sthira” e “sukha” (firmeza e conforto).

Durante a aula, cada um segue sua prática, periodicamente atualizada. O professor acompanha todos, faz ajustes, propõe mudanças, escuta questões pessoais e estimula a auto-investigação. Nas palavras de Desikachar, no livro “O Coração do Yoga”: “Começamos nossa prática onde estamos, visando atingir determinada meta. Escolhemos, então, os passos que nos levarão a essa meta e que, gradualmente, nos trarão de volta ao nosso cotidiano. Mas nossa prática diária não nos traz de volta exatamente ao ponto em que começamos. Ela nos modifica.”

Com isso em mente, os alunos também são incentivados a levarem sua prática para fora do estúdio e a praticarem diariamente –tanto no tapetinho como fora dele. Assim passam a desenvolver autonomia para que possam, de forma gradual e consciente, construir seu próprio caminho de ioga.

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Moradores de rua e de apartamento se encontram em aulas de ioga https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/10/19/moradores-de-rua-e-de-apartamento-se-encontram-em-aulas-de-ioga/ https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/10/19/moradores-de-rua-e-de-apartamento-se-encontram-em-aulas-de-ioga/#respond Fri, 19 Oct 2018 21:06:32 +0000 https://namaste.blogfolha.uol.com.br/files/2018/10/17620548_1266717290077652_1992567749928863192_o-150x150.jpg https://namaste.blogfolha.uol.com.br/?p=343 O cheiro do incenso aceso no meio da roda contrasta com o barulho dos carros que circulam a praça Paris, na região central do Rio de Janeiro. São quase 10h da manhã. “Numa hora dessas, você já me encontrava chapada. Ioga me afastou disso, saio daqui tão leve que não preciso ir atrás de cachaça”, conta a ex-moradora de rua Janaína Silva, 52, que há oito meses começou a frequentar as aulas do Yoga de Rua.

A prática voltada para moradores de rua começou há quase três anos, em novembro de 2015, quando o economista e professor André Pereira, 39, decidiu ampliar um projeto que oferece café da manhã nas ruas do Rio de Janeiro. “Ter uma filha me fez intensificar a responsabilidade de mudar o mundo. Achei que [o café] era pouco e queria oferecer algo mais”, relembra. A ideia tomou corpo e hoje as aulas gratuitas acontecem às segundas no aterro do Flamengo, às quartas no parque Eduardo Guinle (Laranjeiras) e às quintas na praça Paris (Glória), sempre das 10h às 12h.

Desde que descobriu a ioga, Janaína tenta convencer os amigos das calçadas a participarem das aulas. “Por onde passo, arrasto um. Na rua você não descansa, dorme com um olho aberto e o outro fechado, mas aqui a gente pode relaxar. É divertido e não olham pra gente com desprezo.” Na quinta-feira (18), quem foi “arrastado” por ela para uma primeira aula foi Carlos Nogueira, 64, o Pintinho –apelido inspirado no black power do ex-jogador do Fluminense. Ele quer ver se a ioga pode ajudar a controlar o hábito de beber. “Tenho muitos amigos que não estão mais bebendo. Eu não quero parar totalmente, só diminuir. Bebo socialmente, todo dia”, disse ele.

Yoga de Rua
Moradores de rua fazem aula de ioga no aterro no Flamengo, zona sul do Rio (Foto: Lorena Mossa)

A aula começa com um exercício respiratório para focar a mente. “O mundo em que a gente vive nos chama muito pra fora. Agora é a nossa oportunidade de olharmos pra dentro. Este é o momento presente, o momento mais importante da sua vida. Se eu só olho pra fora, não sei como estou”, orienta a professora e psicoterapeuta Eliane Rogério, voluntária do Yoga de Rua. Na roda, 17 alunos acompanham atentos cada instrução, como a da clássica postura do guerreiro, Virabhadrasana. “Esta é a postura mais importante do momento atual para quem está na rua ou fora da rua. É uma batalha do mesmo jeito. A gente precisa dessa força do guerreiro”, recomenda a mestra.

Um exemplo de guerreiro da vida real está na roda: Maurício Araújo, 34, o Gauchinho. Ele saiu de Gramado (RS) e caminhou pela estrada por sete meses até chegar ao Rio. A empreitada foi um ponto de virada para o cozinheiro, que de casa própria e trabalho estável passou para as ruas e a dependência das drogas depois de ver a morte da mãe e de dois irmãos, enfrentar um divórcio e ter quatro tentativas de suicídio fracassadas. Agora, ele diz que a ioga o ajuda a se manter longe das drogas. “Tchê, eu estou na rua porque deixei essas coisas me dominarem. Mas não tenho mais a tristeza, a raiva e a dor que tinha dentro de mim. Mesmo com as dificuldades da rua, de passar frio e fome, eu me divirto e sou uma pessoa feliz. Às vezes até esqueço: ‘o que era mesmo que tinha acontecido comigo?'”

Yoga de Rua
Alunos fazem postura de ioga “Baddha Konasana” durante aula gratuita no Rio (Foto: Lorena Mossa)

A aula na praça segue alternando movimentos de expansão e recolhimento, torção, flexão, estica daqui e puxa dali. “Lembrem que essa abertura do peito é essencial. Em entrevista de emprego, ninguém quer contratar quem já chega todo encolhido.” Depois do relaxamento, o grupo conversa sobre temas ligados à filosofia da ioga. “Nem todo mundo nasceu em berço de ouro, nem todo mundo recebeu amor. Como a gente pode agir dando nosso melhor, apesar disso? Com essas posturas, estamos treinando o corpo e a mente para nos fortalecermos e termos controle sobre nós mesmos. Porque tudo que a gente faz tem uma consequência”, ensina a voluntária Fernanda Bigaton, 31, enquanto o almoço vegetariano começa a ser servido.

Uma das alunas mais assíduas entendeu o recado: “Na rua, a gente é muito julgada e criticada. Só que a gente tem que aprender a não devolver isso de forma negativa. É tão difícil”, compartilha Sabrina Princes, 37, transexual e moradora de rua. Nascida em Curitiba, ela chegou ao Rio em 2012, na carava de um circo onde trabalhava. Quando o circo fechou, decidiu continuar na cidade para não ter que conviver com o preconceito da própria família.

“Fiquei vivendo de bicos, mas um dia não tive mais condições de pagar o aluguel. Hoje eu durmo na pista, porque no abrigo tem hora pra entrar e pra sair, e tem dias que eu preciso ir pra noite, então acabo ficando do lado de fora. Eu ia preferir se não precisasse disso, mas aqui no Rio tudo é muito caro”, desabafa. “Comecei a frequentar as bocas de rango (projetos que oferecem refeições), e nisso conheci a ioga. O carinho deles nos acolhe.” Outros relatos foram reunidos pelo grupo neste vídeo.

Yoga de Rua
Alunos fazem postura do Guerreiro 3 durante aula do Yoga de Rua, no Rio (Foto: Lorena Mossa)

Atualmente, o projeto conta com 20 voluntários, que se dividem entre a condução das aulas e a preparação do almoço que é oferecido depois das práticas. Com orçamento mensal de R$ 1.200 para custear as refeições, atividades culturais e até retiros, o Yoga de Rua é mantido, com certa dificuldade, por doações diretas e assinaturas em um site de financiamento recorrente. Até o dia 19 de outubro, a arrecadação estava em 43% da meta mensal.

Mesmo com as dificuldades financeiras, a ideia cresceu e chegou a São Paulo em agosto do ano passado. Na capital paulista, as aulas acontecem às terças e quintas, às 14h, na praça da Sé e às quartas-feiras, às 10h30, na praça da República. Também são seguidas de piqueniques vegetarianos. Tudo é preparado em revezamento por dez voluntários, que também esperam colaborações, sejam financeiras ou como voluntariado.

Yoga de Rua
Professor orienta alunos em aula de ioga na praça Paris, região central do Rio (Foto: Lorena Mossa)
SITUAÇÃO DE IOGA

Apesar do nome, o Yoga de Rua é aberto a qualquer pessoa e incentiva a interação entre diferentes grupos sociais. Uma das propostas é justamente combater a discriminação de classe, como conta a voluntária e socióloga Taís Capelini, 29: “Muitas vezes a gente deixa de passar perto de um morador de rua porque tem medo. É claro que o medo tem uma função, mas até que ponto esse medo não nos aprisiona e nos coloca longe um do outro, a ponto de não conseguirmos nem olhar para esse outro? Como a gente tem visto com tanto espanto na política, há um medo que quer eliminar o outro.”

Hoje voluntária do Yoga de Rua em São Paulo, Taís teve como objeto de estudo de mestrado o Yoga na Laje, projeto que oferece aulas gratuitas na favela da Rocinha, na zona sul do Rio. Concluída a pesquisa, ela destaca a função política de projetos como esses. “É a política do miúdo, a revolução pelo afeto, a resistência pelo amor. A gente precisa aprender a apreciar o diferente e se livrar das prisões do medo”, disse.

Outro projeto parecido é o Yoga na Maré, no maior conjunto de favelas do Rio de Janeiro, na zona norte da cidade. Taís entende que projetos como esses mostram que ioga vai além de olhar para si mesmo. “É um caminho que me leva até mim mesma a partir do autoconhecimento, mas também me leva ao outro”. Ou, como os participantes gostam de dizer, ali na roda não importa se você está em situação de rua ou de apartamento, todos estão em situação de ioga.

Yoga de Rua
Morador de rua e de apartamento se encontram em aula de ioga no Rio (Foto: Lorena Mossa)
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Ioga online dá certo? https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/08/21/ioga-online-da-certo/ https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/08/21/ioga-online-da-certo/#respond Tue, 21 Aug 2018 09:25:09 +0000 https://namaste.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/20987288_667014240159626_311511495487782912_n-150x150.jpg https://namaste.blogfolha.uol.com.br/?p=272 Os motivos podem ser tão diversos como redução de despesas, falta de professor na região, busca por variedade de estilos ou pura curiosidade. Seja qual for, a cada dia aparecem mais alunos procurando aulas de ioga online.

A internet pode ser um facilitador em muitas ocasiões, mas começar a praticar ioga sem um professor ao seu lado envolve alguns riscos e é importante estar ciente deles antes de fazer essa opção.

Um dos descuidos frequentes do aluno-internauta é a escolha de uma aula inadequada às suas condições atuais, seja por desconhecimento ou por ansiedade para aprender posturas avançadas. Como consequência, fica mais vulnerável a lesões.

Também é comum que o iogue de internet mude constantemente de professores e estilos ou faça aulas em ordem aleatória, sem seguir uma progressão lógica ao longo do tempo. Desse jeito, fica bem mais difícil alcançar um desenvolvimento consistente nos aspectos físico, mental e emocional.

Mas o maior risco que vejo é o de baixo aproveitamento dos benefícios que poderia receber –afinal, só um professor que lhe acompanhe poderá adaptar a aula às suas necessidades, limitações e potencialidades para trazer os resultados buscados. Nesse caso, corre o risco de o aluno ficar com uma visão superficial sobre em que consiste realmente a prática de ioga.

INFORMAÇÃO x CONHECIMENTO

Para que serve o professor de ioga, no fim das contas? Não é só pra dizer como entrar e sair de cada postura, mas para ajudar a despertar no aluno um conhecimento que já existe nele, ainda que latente. Esse entendimento vai na linha dos ensinamentos do filósofo indiano Swami Vivekananda (1863 – 1902) sobre educação e formação do ser humano, analisados pela professora de ioga e pedagoga Ana Poubel neste artigo.

“Não é função do educador enxertar informações de fora para dentro e entupir as mentes dos educandos de dados, a fim de que eles pensem que ter informações é possuir conhecimento”, afirma Ana ao analisar o pensamento do indiano. Para ele, segundo Ana, o papel do professor seria, na verdade, “auxiliar o aprendiz a retirar aquilo que cobre a sua mente, a sua visão, para que ele descubra todo o universo de conhecimento que reside em si e o traga à tona”.

E como se desperta esse conhecimento no aluno? O próprio Vivekananda dá uma dica no texto de Ana: “o verdadeiro professor é aquele que pode imediatamente atingir o nível do aluno e transferir sua alma para a alma do aluno e ver e entender através de sua mente”.

Cada pessoa tem um jeito de aprender. É no contato direto que o professor saberá como o aluno está percebendo a prática e de que forma poderá ajudar a despertar o entendimento do que está sendo ensinado. É por isso que, muitas vezes, o que acontece em uma aula de ioga online se aproxima mais de uma troca de informações, que se baseia em um modelo genérico de aluno e desconsidera a diversidade da natureza humana.

Se, mesmo assim, as aulas online são a única opção que você tem no momento, não se desespere. Existem algumas formas de reduzir os riscos e deixar essa experiência mais proveitosa. Sobre isso, conversei com o professor Leandro Castello Branco, que deu sugestões de como a internet pode ser usada como ferramenta no seu caminho de ioga. A entrevista completa virá no próximo post. Fique de olho!

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Seu professor de ioga não está preocupado com sua flexibilidade https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/07/22/seu-professor-de-ioga-nao-esta-preocupado-com-sua-flexibilidade/ https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/07/22/seu-professor-de-ioga-nao-esta-preocupado-com-sua-flexibilidade/#respond Sun, 22 Jul 2018 16:56:07 +0000 https://namaste.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/Eva-Gabor-e-Indra-Devi-150x150.jpg https://namaste.blogfolha.uol.com.br/?p=184 Se você é um dos alunos que chega no primeiro dia de aula já se justificando por não ter flexibilidade, estar sem condicionamento físico ou acima do peso, pode ficar tranquilo porque isso está longe de ser a principal preocupação do seu professor.

Provavelmente, ele está mais interessado em saber se você está disposto a se comprometer com a prática, se respeita os limites do seu corpo e se está aberto a experimentar o que ele tem para lhe oferecer.

Não é que não seja importante seu professor saber qual é seu estado físico atual. Sim, ele precisa conhecer suas limitações, inclusive doenças crônicas, lesões, cirurgias recentes e estilo de vida.

Só que, no fundo mesmo, não importa se você coloca o pé atrás da cabeça ou se nem consegue tocar os pés com as mãos – não é isso que define o nível de um praticante de ioga. Independentemente do ponto de partida, sempre teremos algo em que trabalhar, seja no aspecto físico, mental ou emocional.

Aquela aluna que impressiona a turma quando abre as pernas em 180 graus com a maior facilidade pode estar precisando desenvolver estabilidade, concentração ou desapego. E nada impede que aquele senhor que mal consegue se sentar de pernas cruzadas tenha uma das experiências mais profundas de auto-investigação.

Você já deve ter escutado ou ainda vai ouvir em uma aula: flexibilidade não é pré-requisito para praticar ioga. Possivelmente será consequência, mas também não é o objetivo final desse estilo de vida.

Pode até ser que você faça aulas com essa intenção e descubra ferramentas úteis para chegar aonde quer. Mas, aos poucos, vai perceber que ioga tem potencial de lhe levar mais longe e entregar benefícios que vão além do corpo físico. É você quem escolhe até onde quer ir e não tem nada de errado em permanecer com a sua escolha.

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Um dia de marionete com kurunta ioga https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/07/06/um-dia-de-marionete-com-kurunta-ioga/ https://namaste.blogfolha.uol.com.br/2018/07/06/um-dia-de-marionete-com-kurunta-ioga/#respond Fri, 06 Jul 2018 19:56:36 +0000 https://namaste.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/Pada-hastasana-1-150x150.jpeg http://namaste.blogfolha.uol.com.br/?p=105 A tradição conta que um jeito diferente de praticar ioga surgiu com sábios que viviam em florestas e faziam posturas suspensos por cordas presas nas árvores. Dos troncos para as paredes, as cordas que ajudam a manipular o corpo deram origem ao estilo de ioga hoje conhecido como kurunta –que significa marionete nos teatros do sul da Índia.

Essa história foi registrada em um manuscrito descoberto pelo guru Sri Tirumalai Krishnamacharya (1888-1989) no início do século 20, mas os registros se perderam com o tempo. Mais tarde, a técnica de incluir cordas na construção de ásanas (posturas de ioga) foi desenvolvida por seu discípulo B. K. S. Iyengar (1918-2014), que ficou conhecido pelo uso de acessórios para ajudar no alinhamento das posturas.

No fim de semana passado, participei de um workshop de kurunta ioga com a professora Débora Regufe, no Rio, e vou contar como essa técnica pode ser útil na sua prática. Só não vá subir pelas paredes sozinho, sem um professor experiente para lhe orientar. Hoje em dia, muitos estúdios têm kuruntas que podem ser usados de forma segura durante as aulas.

Professora
A professora Débora Regufe explica princípios do kurunta ioga em workshop no Rio (Foto: Divulgação)

Como a origem do nome indica, kuruntas são cordas presas em uma parede que permitem ao iogue manipular o próprio corpo como se fosse, ao mesmo tempo, marionete e marionetista. A ideia é aproveitar a tração entre o corpo, a corda e a parede e usar a força da gravidade contra ou a favor para intensificar a experiência nas posturas.

“A parede cria uma âncora. À medida que você se sente ancorado, uma das características do ásana –equilíbrio, força ou flexibilidade– pode ser amenizada e você acaba aumentando a capacidade de concentração nos outros elementos”, ensina Débora.

Isso ajuda a alcançar mais mobilidade nas articulações, precisão no alinhamento e coragem para explorar posturas antes vistas como inalcançáveis, beneficiando tanto o praticante que não consegue fazer determinado ásana no chão como aquele que consegue, mas quer intensificar seus efeitos. Também é útil para quem tem limitações como dores nos joelhos ou nos punhos, porque tira a sobrecarga das articulações.

Adho Mukha Svanasana
Alunos fazem postura do cachorro olhando para baixo em prática de kurunta ioga (Foto: divulgação)

Um exemplo é “adho mukha svanasana” (postura do cachorro olhando para baixo, na foto). “Quando você está no kurunta neste ásana, promove o deslocamento do peso para trás e diminui o peso nos braços. As pessoas que têm muito desconforto ao colocar o peso nas mãos podem se apoiar na ponta dos dedos e intensificar a ação de afundar a caixa torácica para levar o peso para o tornozelo. Quem já tem a panturrilha alongada, melhora muito seu equilíbrio”, diz a professora.

A sensação de estar suspenso pelos kuruntas é de liberdade e relaxamento, o que também facilita a respiração. Em algumas posturas, senti efeito tão intenso que a vontade era de nunca mais sair. “Os dois elementos, a corda e a parede, criam um melhor alinhamento do corpo físico, o que faz alinhar também o corpo energético. Daí a circulação de energia ser mais intensa”, explica Débora.

Entre as incontáveis posturas que podem ser beneficiadas pelas cordas, estão as invertidas (de cabeça para baixo) e as retroflexões (que curvam o corpo para trás). As primeiras porque permitem ao aluno que não está preparado para se equilibrar de ponta-cabeça aproveitar os mesmos benefícios que teria se estivesse no tapetinho, com a vantagem de descomprimir os discos intervertebrais, já que não há pressão da coluna sobre o chão.

Invertida
Praticante de ioga faz postura invertida suspensa por kurunta durante workshop no Rio (Foto: Divulgação)

Os kuruntas também ajudam a desenvolver as retroflexões, posturas difíceis para a maioria dos novos praticantes, porque se curvar para trás não é um movimento natural do nosso dia a dia. Quando nos inclinamos para pegar um objeto, quando nos abaixamos, quando nos sentamos, estamos sempre nos curvando para frente e o corpo fica desacostumado a fazer o movimento contrário.

Resgatar essa flexibilidade melhora a postura e traz efeitos físicos e emocionais. “Uma retroflexão como ‘bhujangasana’ (postura da cobra) vitaliza a musculatura e a própria coluna. Já emocionalmente, promove uma abertura do nosso peito [e do centro de energia conhecido como anahata chakra] e a gente fica um pouco mais corajoso. A tendência, com o passar dos anos, é fecharmos a caixa torácica para nos proteger”, afirma Débora.

Kurunta
Versão de “utthita hasta padangusthasana”, postura do polegar no pé, com kurunta (Foto: Divulgação)

Além de trazer efeitos para o corpo e para as emoções, os kuruntas também ajudam a preparar a mente para que possamos explorar o desconhecido, como explica Geeta Iyengar, filha do famoso guru, em vídeo divulgado por seus seguidores.

“Treinamos como desenvolver a coragem para conseguir liberdade. Quando falamos em liberdade do corpo, ela também está dentro de nós. Existe muita rigidez interna e as pessoas pensam que é falta de flexibilidade do corpo. Mas não é só isso. A questão é como, internamente, você amplia os seus espaços para que o corpo não se sinta preso. Com a prática, isso é possível. E kurunta ioga ajuda a quebrar as barreiras da mente quando pensamos que não podemos fazer algo.”

Supta baddha konasana
Versão de “supta baddha konasana”, postura da deusa reclinada, realizada com kurunta (Foto: Divulgação)
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